Vaginose Bacteriana: o que é, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
- jtgsmed
- 30 de jun.
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A vaginose bacteriana é uma das causas mais comuns de infecção vaginal em mulheres em idade reprodutiva. Trata-se de uma condição causada por um desequilíbrio da flora vaginal, onde há uma redução das bactérias “boas” (como os lactobacilos) e um crescimento excessivo de bactérias anaeróbias, especialmente a Gardnerella vaginalis.
Embora não seja considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), a vaginose bacteriana pode estar relacionada à atividade sexual e a hábitos de higiene íntima inadequados. É uma condição que requer atenção, pois pode se repetir com frequência e aumentar o risco de outras complicações ginecológicas.
O que é vaginose bacteriana?
A flora vaginal saudável é composta por diversas espécies de bactérias, sendo os lactobacilos os principais responsáveis por manter o pH vaginal levemente ácido, protegendo contra infecções. Quando esse ambiente é alterado, bactérias oportunistas se proliferam, gerando os sintomas típicos da vaginose.
Essa condição pode afetar a qualidade de vida da mulher, causar desconforto e, se não tratada corretamente, levar a complicações como infecções pélvicas, parto prematuro em gestantes e maior suscetibilidade a ISTs.
Quais são os sintomas da vaginose bacteriana?
Nem todas as mulheres apresentam sintomas evidentes, mas os sinais mais comuns da vaginose bacteriana incluem:
Corrimento vaginal com odor desagradável, frequentemente descrito como “cheiro de peixe podre”, mais perceptível após relações sexuais.
Alteração na coloração do corrimento, que pode se apresentar esbranquiçado, acinzentado ou levemente amarelado.
Coceira, ardência ou desconforto na região íntima, embora nem sempre estejam presentes.
Sensação de umidade constante na área genital.
A presença desses sintomas deve ser investigada com atenção por um ginecologista, uma vez que podem se confundir com outras infecções vaginais, como candidíase ou tricomoníase.
O que causa a vaginose bacteriana?
A vaginose bacteriana é causada por uma alteração no equilíbrio natural da microbiota vaginal. Alguns fatores contribuem para esse desequilíbrio:
Uso frequente de duchas vaginais, que eliminam as bactérias protetoras.
Relações sexuais sem preservativo, que podem alterar o pH vaginal.
Uso de sabonetes íntimos inadequados, com pH alcalino ou fragrâncias agressivas.
Alterações hormonais, como as causadas por anticoncepcionais, gravidez ou ciclo menstrual.
Múltiplos parceiros sexuais, o que aumenta o risco de alteração na flora vaginal.
Importante: a vaginose não é considerada uma IST, mas pode ser agravada por hábitos sexuais de risco.
Como é feito o diagnóstico da vaginose bacteriana?
O diagnóstico preciso da vaginose bacteriana é fundamental para evitar tratamentos equivocados. A melhor forma de confirmar a presença da infecção é por meio da microscopia do conteúdo vaginal, exame simples e rápido, realizado em consultório ginecológico.
Durante a avaliação, o ginecologista coleta uma amostra do corrimento e analisa ao microscópio. Os achados típicos incluem:
Presença de clue cells (células vaginais recobertas por bactérias);
pH vaginal elevado (geralmente acima de 4,5);
Redução dos lactobacilos e aumento de bactérias anaeróbias.
Em alguns casos, pode-se associar ao exame a cultura bacteriana vaginal, para identificação específica dos microrganismos envolvidos.
Como tratar a vaginose bacteriana?
O tratamento da vaginose bacteriana é eficaz e deve ser prescrito por um ginecologista, com base no diagnóstico confirmado. As principais opções incluem:
Antibióticos orais, como metronidazol ou clindamicina, geralmente por 7 dias.
Cremes ou géis vaginais antibacterianos, que atuam diretamente na flora vaginal.
Evitar automedicação, pois o uso incorreto pode agravar o desequilíbrio vaginal e favorecer infecções recorrentes.
Mulheres com episódios frequentes de vaginose podem se beneficiar de um tratamento prolongado ou com reforço da flora vaginal através de probióticos específicos.
Como prevenir a vaginose bacteriana?
A prevenção da vaginose envolve cuidados simples, mas eficazes, que preservam o equilíbrio da flora vaginal e evitam a proliferação de bactérias indesejadas. Veja algumas orientações práticas:
Evite duchas vaginais — elas removem as bactérias naturais que protegem o canal vaginal.
Use preservativos — além de prevenir ISTs, ajudam a manter o pH vaginal estável.
Escolha sabonetes íntimos com pH ácido, específicos para a região genital.
Prefira roupas íntimas de algodão e evite permanecer longos períodos com roupas molhadas ou muito apertadas.
Evite o uso de desodorantes ou sprays íntimos, que podem ser irritantes.
Além disso, o acompanhamento ginecológico regular é essencial, especialmente em mulheres com histórico de infecções recorrentes.
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Sou a Dra. Jéssica Guedes, ginecologista atendendo em Parnaíba, no norte do Piauí. Siga meu Instagram @drajessica.guedes para mais dicas sobre saúde feminina. Vamos cuidar da sua saúde íntima juntas!