HPV: o que é, como age no corpo e quais os riscos para a saúde da mulher
- jtgsmed
- 21 de jul.
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O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus extremamente comum que pode afetar tanto homens quanto mulheres, sendo transmitido principalmente por meio do contato sexual. Estima-se que a maioria das pessoas sexualmente ativas será infectada por algum tipo de HPV em algum momento da vida. Apesar de muitas infecções serem transitórias e assintomáticas, o HPV pode causar lesões visíveis e alterações celulares graves, especialmente no colo do útero.
A infecção por HPV está diretamente associada ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer ginecológico, sendo o câncer de colo do útero o mais frequente e estudado. Por isso, é essencial entender como o HPV atua, como pode ser prevenido e qual a importância do acompanhamento médico regular.
O que é o HPV?
O HPV é um grupo de mais de 200 tipos de vírus que afetam a pele e as mucosas. Desses, cerca de 40 tipos são sexualmente transmissíveis e se concentram na região genital. Alguns tipos são chamados de HPV de baixo risco, pois causam apenas verrugas genitais. Outros são HPV de alto risco, e podem provocar alterações celulares que levam ao câncer, especialmente no colo do útero.
O vírus é transmitido principalmente por contato direto com a pele ou mucosas infectadas, sendo o contato sexual sem preservativo o principal meio de transmissão. Também pode ocorrer transmissão por sexo oral, anal ou pelo simples contato com a região genital, mesmo sem penetração.
Como o HPV age no corpo da mulher?
Ao entrar em contato com a mucosa vaginal, vulvar ou cervical, o HPV pode infectar as células locais. Na maioria dos casos, o sistema imunológico elimina o vírus naturalmente em até dois anos, sem que a mulher perceba qualquer sintoma.
No entanto, em alguns casos, especialmente quando o sistema imune está fragilizado ou diante de infecção por tipos oncogênicos do vírus (como o HPV 16 e 18), o vírus persiste e provoca alterações nas células do colo do útero. Essas alterações podem ser detectadas precocemente pelo exame de Papanicolau e, se não forem tratadas, podem evoluir para câncer.
Além do câncer de colo de útero, o HPV também pode afetar outras regiões, como:
Vulva
Vagina
Ânus
Orofaringe (garganta, base da língua e amígdalas)
Quais doenças o HPV pode causar?
Os efeitos da infecção por HPV variam conforme o tipo do vírus e a resposta imunológica da paciente. As manifestações mais comuns incluem:
1. Verrugas genitais
Conhecidas como condilomas acuminados, são lesões elevadas, com aspecto de “couve-flor”, que aparecem na vulva, vagina, colo do útero, região perianal ou ânus. São causadas principalmente pelos tipos 6 e 11, considerados de baixo risco oncogênico.
2. Lesões pré-cancerosas
São alterações celulares que podem evoluir lentamente para o câncer, se não forem diagnosticadas e tratadas a tempo. Essas lesões são detectadas por exames ginecológicos regulares, como o Papanicolau e a colposcopia.
3. Câncer de colo do útero
O tipo mais grave de consequência da infecção por HPV de alto risco. O câncer cervical é silencioso em sua fase inicial, por isso o rastreamento preventivo é tão importante.
4. Outros tipos de câncer
Além do câncer do colo uterino, o HPV está relacionado ao câncer da vulva, vagina, ânus e orofaringe, sendo um risco que vai além da saúde ginecológica.
Como prevenir o HPV?
A prevenção da infecção pelo HPV envolve medidas individuais e de saúde pública, sendo a vacinação e os exames regulares os principais aliados na proteção das mulheres.
1. Vacina contra o HPV
A vacina contra o HPV é segura, eficaz e fundamental na prevenção dos principais tipos de HPV causadores de câncer. Ela é indicada para:
Meninas e meninos a partir de 9 anos;
Mulheres e homens até os 26 anos, preferencialmente antes do início da vida sexual;
Adultos fora dessa faixa etária, mediante avaliação médica.
A vacinação não substitui o exame de Papanicolau e o acompanhamento ginecológico regular.
2. Uso de preservativos
O preservativo reduz significativamente o risco de transmissão do HPV, embora não elimine totalmente o risco, pois o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pelo preservativo.
3. Exames de rotina
O Papanicolau (citologia oncótica) e a colposcopia são essenciais para detectar precocemente as alterações causadas pelo HPV no colo do útero. Mesmo mulheres vacinadas devem manter esses exames em dia.
Fui diagnosticada com HPV. E agora?
Receber um diagnóstico de HPV pode causar insegurança, mas é importante saber que na maioria dos casos o vírus é transitório e não leva a complicações. Com acompanhamento médico regular, é possível monitorar a evolução das lesões, tratar manifestações visíveis (como verrugas) e intervir precocemente quando necessário.
Alguns pontos importantes:
Não há cura medicamentosa para o HPV, mas o organismo pode eliminar o vírus naturalmente;
As lesões causadas pelo HPV podem ser tratadas com medicamentos, cauterizações ou cirurgias locais;
O uso de preservativos deve ser mantido, para evitar reinfecção ou transmissão a parceiros;
O acompanhamento deve incluir exames periódicos para avaliar se houve regressão, persistência ou progressão da infecção.
Cuide-se!
Sou a Dra. Jéssica Guedes, ginecologista atendendo em Parnaíba, no norte do Piauí. Siga meu Instagram @drajessica.guedes e fique por dentro de mais informações sobre saúde feminina. Agende sua consulta e vamos cuidar da sua saúde juntas!



